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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

Desde 2003


quarta-feira, 31 de março de 2004

SNS 

E isto tende a acontecer mais vezes...
O SNS está de rastos, todos sabemos. Há pouca esperança de melhorias.
O futuro são as Clínicas privadas para ricos. Basta ler um jornal económico e percebe-se a corrida do grande capital ao negócio da Saúde: Grupo "MorreBem-e-Devagar S.A." planeia investir milhões numa rede de Hospitais...
Até as Misericórdias - que foram feitas para ter Misericórdia e acudir aos pobres - só pensam em parcerias esquisitas e em investir em unidades de Saúde de luxo!

Peliteiro,   às  00:18
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Saramago 

Estou a ouvir a segunda entrevista, numa semana, com o Saramago.
Como escritor acho-o mediano.
Como homem acho-o ressabiado e rancoroso, mau feitio. Mas reconheço-lhe uma certa coragem que me agrada. Não faz fretes a ninguém, diz o que pensa e parece ter convicções fortes, não andar ao sabor do vento. Isso é bom!
Quanto à ideia dos votos em branco, parece-me boa. Especialmente nas eleições para as Europeias. O parlamento Europeu é cada vez mais um reduto de burocratas que nada tem a ver com as populações que representam.
Se calhar vou "deitar" em branco!

Peliteiro,   às  00:01
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terça-feira, 30 de março de 2004

Barcelinhos 

Tenho ido e passado muito por Barcelos.
Durante muito tempo não o fiz.
Grandes vias circulares, as rotundas horríveis da moda...
Mas, mas, mas continuo a entrar, passar e sair por Barcelinhos, na velha ponte "quebra-espelhos-laterais".
Experimentei circular pelas circulares externas e tive a sensação de quase estar a chegar a Ponte de Lima...
E como eu muita gente, pela intensidade de tráfico a que assisto.
Grandes obras nas estradas - que não servem para nada!

Peliteiro,   às  23:52
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O Crime do Pedro Amaro 

Ando a pensar escrever um livro. Toda a gente escreve livros, portanto eu também o posso fazer...
Já tem título: O Crime do Pedro Amaro, em paródia ao livro do Eça.
Por acaso, e sem qualquer tipo de ligação com a escolha do título, tenho um ilustre colega de curso, com botica na Nazaré, que se chama Pedro Amaro! Mas só me lembrei depois; ele não se há-de importar.
E não tenho pretensões de imitar o Eça, o meu escritor preferido - esse sim, devia ter ganho um Nobel, o Hemingway não lhe chega aos calcanhares!
Já tenho a trama toda na cabeça: um enredo que se desenvolve no mundo dos medicamentos, com polícias e corrupção, espionagem industrial, dinheiro e ambição, poder e fama, mulheres bonitas e um narrador-personagem elegante, inteligente e com um humor fino: Eu, numa versão melhorada!
Muito me divirto a escrever estas trenguices.

Peliteiro,   às  13:51
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Porque não funciona a Justiça? 

Para além de outras razões - seguramente complexas e apenas acessíveis a alguns seres superiores, "iniciados" em questões incompreensíveis para o comum dos mortais - a Justiça funciona mal porque:
Os intervenientes no Sistema Judicial são uma espécie de Funcionários Públicos.
Alguém conhece um Juiz ou um Procurador que tenha sido despedido ou, sequer, afastado das funções que desempenha?
Nem um? Mau sinal!
Serão todos abençoados por um Padroeiro que concede o dom da infalibilidade e da seriedade?
Cá por mim, em cada dia que passa mais me convenço que algo está mal na Justiça de Portugal...

Peliteiro,   às  00:01
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segunda-feira, 29 de março de 2004

IRC 

"Trezentas Empresas pagam 50% do IRC em Portugal"
Já o sabia, mas de cada vez que o ouço fico furibundo.
Os homens do fisco são capazes de fiscalizar um cidadão porque classificou um produto de 19% de IVA como despesa de Saúde, e no entanto a esmagadora maioria das empresas, fiscalmente, dá prejuízo ou lucros irrisórios!
Quem paga impostos sente-se mesmo BURRO...

Peliteiro,   às  23:38
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domingo, 28 de março de 2004

Impressões da semana: 

Xeque Ahmed Yassin assassinado: Quem com ferros morre com ferros mata. Quem com ferros mata com ferros morre. Quem...
Juíz decide que a ponte Hintze Ribeiro caiu por causas naturais: Claro, a ponte estava como nova!
João Soares desafia Ferro: Enfim alguém diz que o rei vai nu!
Mário Soares propõe negociação com terroristas: Ainda acaba no Bloco de Esquerda!
Incêndio na encosta do Sameiro: Acabou o terreno para construção em Braga?
Benfica eliminado: Bem bom, pelo menos não foram humilhados!
Porto elimina: Começamos a ficar mal habituados...
10% dos Portugueses sem água em casa: Sem água, sem esgotos... Atraso de vida!
Saramago é candidato e apela ao voto em branco: Ensaio sobre a falta de Lucidez?

Peliteiro,   às  23:05
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sexta-feira, 26 de março de 2004

Uma faca de dois legumes 

Ontem, vinha eu do meu passeio vespertino quando vejo uma furgoneta estacionada, ali em frente, com um homem de pele escura e barba de cinco dias a gritar numa língua com muitos erres arrastados e muitos às repetitivos.
Fiquei atento. Institivamente olhei para dentro da furgoneta à procura de bombas, velas de dinamite, granadas, metralhadoras, facas, sei lá que arsenal podia estar lá dentro...
Eis então que sai do "Costa" um rapazito de sete, oito anos com uma garrafa de litro de água. O pai recebeu o troco, abriu a garrafa e deu-lhe para beber. O rapazito bebeu sofregamente e deu a garrafa ao pai. O homem abriu a garrafa da carripana e deu-a a outro rapazito de três, quatro anos. Depois bebeu a mãe, uma matrona gorda sorridente e finalmente o senhor acabou com o resto do líquido. estavam com sede, notava-se, deviam estar a chegar de longe. Reparei entretanto que a carrinha estava cheia de carpetes e tralha variada de vendedor ambulante. Nada de bombas!
Envergonhei-me do meu cuidado preconceituoso e xenófobo. Afinal não eram perigosos terroristas Árabes. Apenas uma família de imigrantes, fugida, concerteza, de um lugarejo miserável, à procura de um lugar melhor para viver e ver crescer aqueles rapazitos. Por acaso parecidos com os meus rapazes, morenos e traquinas...

Pois. Mas isto é uma faca de dois gumes.

Compreendo e aceito os imigrantes, admiro-os até. Sejam Árabes ou não.
Mas, nos dias de hoje, fico preocupado quando sei que na Biblioteca Municipal os lugares de internet gratuita estão muitas vezes ocupados com indivíduos a navegar em páginas com caracteres ilegíveis; fico preocupado quando vejo o crescente número de imigrantes que moram ali para os lados de A Ver-o-Mar, sobrevivendo a vender tapetes a ninguém; e fico preocupado quando chegam à minha beira, na praia, e me tentam vender uma faca de cozinha que dá para esventrar porcos e um isqueiro de mesa que parece mesmo uma granada verdadeira.

Isto não é xenofobia, é medo.
Ou será a mesma coisa?

Peliteiro,   às  00:25
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terça-feira, 23 de março de 2004

Até as comemos! 

Logo, após a vitória do fequepe sobre os Franceses, é mandatório saborear uma bela Francesinha!

Os jogadores que comam os Franceses que para isso é que eles são (bem) pagos. Nós contribuímos, festejando, e comendo as Francesinhas...

Peliteiro,   às  14:03
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Bombas e atentados 

Mas isto agora é assim todos os dias? Onde será o atentado de amanhã, quem será "eliminado" ou aprisionado, em que lugar deste mundo tão primitivo cairá a próxima bomba?

Peliteiro,   às  00:34
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O Malheiro 

Onde anda o Malheiro do Benfica? O porta-voz! Calou-se, ou apertaram-lhe o bico?

Peliteiro,   às  00:16
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segunda-feira, 22 de março de 2004

Preço certo 

SerAbílio foi atropelado.
Nada de grave, umas contusões ligeiras, umas dores nos bicos de papagaio e nas cruzes... Era rijo, esteve em África, na Guerra, trabalhou no duro desde pequeno. Ficou apenas um pouco confuso, assustado, amedrontado...
O pior foram os estragos, lá se foi o fato Domingueiro que vestira para ir ao Porto, tratar de umas papeladas.
O filho fora "levantá-lo" ao hospital de S. António. Trataram de reparar os estragos. Sem os óculos não enxergava nada. O Ortopedista, depois de ver as "chapas" receitou um colar cervical. Vá lá, isso já devia servir de tema de conversa na "venda" lá da aldeia, entremeada com uma sueca arrastada.
Foram às compras, o SerAbílio e o filho.
Compraram uns óculos novos. Foram a uma loja de óculos que prometia, na Rádio, uns descontos fabulosos. 400 euros, o desconto não era bem assim... Depois foram comprar o colar cervical. 90 euros. E já agora, paga o filho, hoje generoso, umas meias elásticas novas - que as velhas romperam nos joelhos - por causa das malandras das flebites que o achacavam volta e meia. 75 euros.

Chegaram tarde a casa. A família e a vizinhança toda em alvoroço, mas satisfeita por lá ter de novo o SerAbílio, forte e rijo como um pêro.

A filha enquanto esperava, ansiosa, o velho Abílio fora à Vila e sabendo das necessidades que o acidente provocara, comprou uns óculos, umas meias e um colar cervical. Foi comprar a uma Óptica de um amigo, colega de Escola, e a uma Ortopedia que dava descontos aos funcionários da Câmara - onde ela trabalhava.
200, 120 e 60 euros pelos mesmas coisas que o irmão comprara no Porto!

Como é possível produtos de Saúde terem preços tão diversos consoante os sítios onde se compram?
Uns óculos simples por 400 euros? Vão roubar para a estrada! Margens de 200%? Vigaristas!
Quem põe ordem nisto?
Quanto gasta a ADSE e outros sistemas de saúde a comparticipar a roubalheira das ópticas e das ortopedias e afins?
Que garantia de qualidade tem esses produtos de Saúde?

Que bom é comprar uma Aspirina, seja numa Farmácia de Valença ou de Faro, por apenas 27 cêntimos a grama!

Peliteiro,   às  23:58
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domingo, 21 de março de 2004

Downshifters 

Embora não seja a primeira vez que abordo este tema, agora que estou numa fase de Downshifter (nem conhecia o conceito, li no Expresso) aumenta a minha atracção por equipamentos como este.

Peliteiro,   às  22:20
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Contadores 

No Sábado cheguei à conclusão que o contador deste blogue não funcionava como devia. Já desconfiava disso.
Acedi à página várias vezes e o contador não contou!
Instalei um contador novo. Vamos ver o comportamento de ambos. Entretanto meti os "Queen" a pedido do (estridente como a música) Nuninho...

A Vã Glória

Muitos blogueiros fazem de tudo para fazer rolar os contadores. Os truques são vários. Nunca recorri a nenhum deles. Que ridícula a vã glória de ter leitores que não lêem.
Há os que fazem contar as suas próprias visitas; os que fazem links a milhares de outros blogs na esperança de serem retribuídos e visitados; e - esta é fantástica - introduzem as palavras mais procuradas na net, num local recatado e em letra invisível... (como descobriu o Esperando o tal Godot, ou isso).

Vou experimentar para ver o efeito, durante uns dias:
Retirei a listagem de palavras de sucesso na net e de links de blogs em 29MAR

Peliteiro,   às  21:54
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sábado, 20 de março de 2004

Autoscopia 

Estou a fazer um curso de formação de formadores e tenho que fazer uma apresentação.
Ainda pensei em fazer uma dissertação sobre mecanismos de resistência aos antibióticos ou métodos analíticos de quantificação de antigénios retrovirais.
Mas tive pena dos meus colegas e vou apresentar:
A Blogosfera, o fantástico mundo novo da comunicação

Peliteiro,   às  11:54
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quinta-feira, 18 de março de 2004

A Vaca Sagrada 

Recebi um mail dizendo que o meu último texto não passava de um imitação ou adaptação do estilo do Lobo Antunes.
Estes críticos literários de pacotilha não percebem nada!
O texto em apreciação não imita nada nem ninguém porque não passa de um disparate. O que se passou foi que ontem à noite tinha dois textos prontos para editar - um sobre o volume de tráfego como indicador do consumo esperado num determinado dia e local; outro em que apresentava uma pauta de classificações, minhas, dos ministros do Governo PSD/PPD-CDS/PP - quando o computador estourou e toda a matéria se volatilizou no céu informático. Fiquei tão irritado que já não consegui reescrever nada, passei a dar atenção ao Midnight Run com o R. de Niro, e iniciei um exercício de escrita, tipo um desbloqueador de escrita, que muitas vezes faço quando não consigo passar para o papel aquilo que me vai cá dentro. Simplesmente um exercício que resolvi editar, senhor crítico. Só isso, não imagine coisas.

Ou seja, imitação nenhuma.
Muito menos do Lobo Antunes, já que não gosto dele!
E aproveitando para "cortar":
Como figura pública acho-o com uma terrível pose de Vaca Sagrada a passear, pesadamente, lentamente, seguro de si e da sua importância, pelos caminhos de uma miserável terra Indiana, a esbaforar umas cigarradas como um ser superior a quem o estatuto tudo permite. A Vaca Sagrada não compreende a mediocridade Humana, não percebe como não é o maior e o único elemento a ser adorado, não percebe porque não ganha o Prémio Nobel da Literatura, porque não é reconhecido mundialmente pela sua escrita inovadora e não é adorado num altar recheado de iconografia Loboniana.
Como escritor acho-o mau, sem respeito pelos leitores, escreve umas trenguices a que nem se dá o trabalho de rever, despeja palavras sem sentido e textos sem estrutura, numa soberba que se está a agravar com o passar do tempo e que os críticos e alguns leitores reverenciam como o burro quando está a olhar para o palácio.

Peliteiro,   às  13:51
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quarta-feira, 17 de março de 2004

Indicadores Económicos 

Homem com Violino; PPicasso

Os Economistas perdem o seu magnífico tempo a fazerem investigações, previsões e extrapolações,
mas eu
eu
sim eu
consegui
consegui sim
sim sim
pois sim consegui
depois de aturados e profundos estudos
longos
profundos e longos
desenvolver um indicador
indicador económico monitorizável diariamente
diariamente e não mensalmente ou semestralmente ou anulamente
plano quinquenal irreal, plano quinquenal irreal, plano quinquenal irreal, plano quinquenal irreal
fome sede quente frio bom mau quintal formol postal coruja raposa vinho sede alto e baixo mole e duro
Oh!
consegui obter um indicador,
este sim
este pois
indicador diário da actividade económica,
eu, claro eu
indicador diário da actividade económica,
fiável, reproductível, sensível, fusível
fantástico, revolucionário, magnífico, bom, muito bom, muito muito muito muito bom, o melhor, assim não não há mais nenhum, evidente, fácil, óbvio, Colombo, Colon, cauda, colo, berço, banho, Eureka, ovo, bruxo, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, pim pam pum,galinha, ovo, galinha, pim pam pum, ovo, galinha, ovo, galinha, pim pam pum, ovo, galinha, ovo, galinha, pim pam pum, ovo, galinha, ovo, galinha, pim pam pum, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, ovo, galinha, pim pam pum, cada bola mata um, lá vai o João Brandão.
Indicador diário da actividade económoca diária!
Indicador diário da actividade económoca diária!
Indicador diário da actividade económoca diária!
Indicador diário da actividade económoca diária!
Indicador diário da actividade económoca diária!
Pois é
fui eu
mesmo
sério
verdade
concerteza
firmeza
dureza.
Então não é que
Sim senhor, lindo serviço.
Ora essa
pois não
E o indicador é
é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é um pê e um a pa um pê e um e pe um pê e um i pi


O número de carros que passa, pela manhã, na ponte de Leça

O que é um proletário pela manhã?
Café e Torradas
O que é um proletário, hoje, um proletário hoje pela manhã
desesperado
desespero destempero
carros em Leça, Bessa, avaria a peça
Início do mês, fim do mês, meio do mês, quarto de mês, dia um de cada mês, dia menos um, menos dois,
tempo espaço matéria anti-matéria massa energia fotão protão prião priapismo buraco-negro
erro de cálculo
azar
fado
nado
nado semi-morto
fantasma


Porque será que com a idade fico cada vez mais à direita? Às direitas?
Prioridade, engarrafamentos, copos, vidros, estilhaço, cachaço do palhaço
Serei eu um herdeiro do verdadeiro proletariado? O verdadeiro, real. Porque estarei cada vez mais reaccionário. Eu não sou reaccionário, sou um proletário.
Carros em Leça, Bessa, avaria a peça
Párias, parasitas, Taenia saginata, Plasmodium falciparum, sangue, sangue, sangue.
De que massa é feita um homem?
De que fogem as pessoas?
Estamos perto do fim do mundo?
E os amanhãs que cantam?

Peliteiro,   às  22:55
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Árabes? 

Recebi uma visita no "trenguices" proveniente de uma página Árabe!
?
O que viriam cá ler?


Também fui informado, e já verifiquei, que quando se abre o "trenguices" surge, abruptamente, uma página da Amazon.
Juro que não recebo nada por isso. Bem merecia um blogue destes...

Peliteiro,   às  00:13
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segunda-feira, 15 de março de 2004

A Irresponsabilidade dos Socialistas 

O futuro Primeiro Ministro de Espanha, Zapatero, começou logo com um disparate, uma irresponsablidade.
Anunciou a retirada das tropas Espanholas no Iraque. (Não acredito...)
Mesmo sendo uma promessa eleitoral, a altura para anunciar a medida não é das melhores. Face aos acontecimentos em Madrid, esta medida pode, e é concerteza, tomada como uma cedência aos actos terroristas. E é dos livros que nestas situações não se pode hesitar nem mostrar sombra de nervosismo ou medo.

Entretanto esse mesmo medo começa a aproximar-se, rapidamente dos Portugueses. Já se julga iminente um ataque nas vésperas do Euro.
Enquanto que a guerra era lá longe, tudo nos parecia motivo de uma ficção, leve e intangível. Agora que foi aqui ao lado, as pessoas tomam consciência do peso cinzento da situação e do carácter mortífero e nada romântico dos beligerantes.

O que joga em nosso favor, deste cantinho de terra à beira mar plantado, é que os terroristas não vão estar sempre a massacrar o mesmo país, hão-de mudar de objectivos e de vítimas, e Portugal para quase todo o mundo é apenas uma das províncias de uma espécie de Grã-Ibéria. Por outro lado as tragédias nunca se fazem anunciar, os ataques terroristas são, por definição, imprevísiveis e inesperados. Por último - e são estas as três razões que nos podem sossegar - o Governo já disse que as ameaças que tem surgido, como a do Correio da manhã, não são credíveis; e se eles dizem saber distinguir ameaças terroristas credíveis de incredíveis, então nós devemos acreditar...

Cá por mim, se vir que o ambiente começa a aquecer, e como saí da tropa dado como incapaz, por causa das minhas varizes de Farmacêutico que me impossibiltam de estar nas Paradas Militares, compro um almanaque de Santa Zita com as datas das sementeiras das batatas e das cenouras, compro um casal de coelhos e galináceos, uma cabra e um porco e fujo para o Gerês com a familória e tão cedo ninguém ouve falar de nós.

Peliteiro,   às  23:14
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O Bruxo de Fafe 

Vi uma reportagem na RTP sobre o bruxo de Fafe, que dizia ter espantado as forças malignas que pairavam no estádio do "Torinha" de Guimarães.
Belo serviço Público o da RTP.
O bruxo agradeceu concerteza, e esta semana no "consultório" deve ser um "ver se te avias" (reparei que até tinha uma sala de Internamentos).
Hoje ao almoço reparei que o "Torinha" tinha perdido, em casa! Grande bruxo!
Nem sei porque estou a escrever isto. Mas achei piada...

Peliteiro,   às  22:16
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Mariano Rajoy 

Sendo Portugal uma das regiões Ibéricas mais fiéis ao poder de Madrid, foi uma injustiça não nos terem deixado votar.
(É apenas uma provocação...)

Mas tive pena que Mariano Rajoy e o seu PP não tivesse ganho as eleições.

Por um lado é bom. Socialistas são Socialistas, iguais em todo o mundo, incompetentes, corruptos, despesistas, inconsequentes, irresponsáveis, capazes de, num esfregar de olho, quando no Governo, destruir a economia e o progresso de um país. Se considerarmos a Espanha como um mercado rival, com quem temos que competir, podemos contar com um abrandamento mais que acentuado e uma mais fácil convergência. Nos próximos anos já não há que ter medo que nos "comprem".

Por outro lado é mau. Os Espanhois são o principal cliente das nossas Exportações e com os Socialistas no "poleiro" lá se vai o crescimento económico de "nuestros hermanos".

Eu simpatizava (e simpatizo) com o Rajoy. Ele é Galego. Um Galego é mais parecido com um Minhoto que um Alfacinha, ou um Madeirense, ou um Alentejano.
Os Galegos gostam de Portugal, e muitos gostavam de ser Portugueses.
(Incautos; isso não abona muito em favor deles...).
O Rajoy até tem casa de férias na praia mais Lusitana da Galiza, S. Xenxo, onde, no Verão, cerca de 40% dos turistas são Portugueses e até a areia foi importada da Figueira da Foz!
Ele seria um bom amigo do nosso país se fosse Primeiro Ministro.
No fundo perdeu por razões que pouco tem a ver com ele e com as expectativas de vir a desempenhar um bom mandato. Perdeu porque o Mundo está a ficar insuportável!

Peliteiro,   às  00:05
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Os Blogues da Província 

Na ÚNICA do Expresso, o Paulo Querido escreve um texto sobre "Os Blogues da Província" em que refere alguns blogues que adoptam um carácter regional, estando a mudar a forma de comunicação e de intervenção nas regiões afastadas dos principais centros urbanos.

É pena a blogosfera existir apenas a Sul do Mondego... Ou será que no Norte não há província?

Não sendo eu um conhecedor ou leitor atento da blogosfera Nacional, julgo haver bons blogues cá pelo Norte, e que caberiam perfeitamente nesse texto. É uma injustiça, por exemplo, lá não figurar o O Vilacondense.

Peliteiro,   às  00:03
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domingo, 14 de março de 2004

Apneia 

Hoje fui testemunha de um caso terrível.

Como de costume, nos fins de tarde de domingo, fui dar umas braçadas nas piscinas da Sopete com os filhos e uns amigos que por lá aparecem.

Faço sempre uma série de piscinas em bruços. No fim da minha pista, a 4, estava um jovem a treinar apneia, em posição quase fetal, no fundo da piscina. Passei por cima dele pelo menos nas 3 últimas piscinas. Não notei nada, estava com uma postura normal, membros simétricos e, lembro-me bem, com a cabeça contraída, firme, entre os ombros sem vacilar como se podia ver ao observar as tiras dos óculos flutuando no sentido da superfície.

Estava pouca gente na piscina, como de costume neste horário. Saí e fui para o banho turco. Os vigilantes andavam entretidos a aspirar o lixo das obras do tanque pequeno, um tipo com ar de patrão e outro funcionário observavam os progressos da empreitada.

No banho turco entra um amigo e diz: Viram o rapaz que morreu agora na olímpica? Não! Estava lá ao fundo, parece que estava a treinar apneia, quando o descobriram já devia ser tarde.

Estava na minha pista, passei por cima dele uma série de vezes. Estaria já morto? Podia tê-lo salvo! E que vigilância se faz nas piscinas?

Peliteiro,   às  22:01
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quinta-feira, 11 de março de 2004


Peliteiro,   às  21:44
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Este texto não é lá muito correcto mas enfim, o mundo também não é! 

Se me matassem o pai ou a mãe ou os irmãos eu, se calhar, era capaz de meter um balázio no céu da boca de um energúmeno qualquer, ou meter-lhe uma bomba debaixo do sofá.

Por isso é que não acredito que tenha sido a ETA - pelo menos sózinha - a perpetrar o atentado de hoje, em Madrid.

Os Etarras podem ser muito nacionalistas, independentistas ou lá o que quer que sejam, ou que queiram. Mas falam de barriguinha cheia, não passam fome, não vivem num sítio miserável, bebem Coca-Cola e vão ao cinema ao Domingo à noite, não são torturados nem violados, estudaram em Universidades e apreenderam os princípios de uma sociedade democrática, tolerante e civilizada.
Ou seja, os terroristas Bascos são como os galos capões, são bem tratados e bem educados demais para serem os reis da capoeira; um garnizé esfomeado e malcriado é muito mais perigoso.
(Mesmo assim, espero que nenhum me venha ler!)

Posto isto, o atentado de 11 de Março foi violento demais para ter sido feito por Etarras. Penso eu.
Isto tem mão mais selvagem e rancorosa...

Peliteiro,   às  21:13
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quarta-feira, 10 de março de 2004

Deputados Europeus 

A propósito da abstenção prevista para as eleições para o Parlamento Europeu fiz uma das minhas micro-sondagens:

Ora diga-me lá nomes de deputados Europeus.

Universo: Meia dúzia de pessoas que apanhei distraídas e com paciência para me aturar.
Média das respostas: 2 nomes certos;
Desvio padrão: mais ou menos 1 nome certo;
Melhor resposta: 8 nomes certos;
Pior resposta: 0 nomes certos por 3 indivíduos.


Conclusões: Realmente parece que os senhores que vão ser eleitos nas "Europeias" não têm uma importância aparente muito grande.

Cá está um tipo de função que me convinha: quer faça bem ou mal, muito ou pouco, tanto faz; ninguém me conhece, ninguém me avalia ou depende do meu trabalho. Quero ser Deputado Europeu!

Peliteiro,   às  21:42
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Sorte de Campeão 

Marcar um golo nos últimos minutos de um jogo é sempre um golpe de sorte!
Foi o que aconteceu ontem em Manchester.
Mas o que não é sorte é ganhar ao Manchester nas Antas e sofrer apenas um golo até aos últimos minutos de um jogo disputadíssimo em Old Traford. O que não é sorte é o remate do Sul-Africano ser forte e certeiro e o Costinha estar no sítio certo na hora certa.
Desânimo

Peliteiro,   às  19:38
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segunda-feira, 8 de março de 2004

Tabu 

Não esperava que o Profº Cavaco Silva fosse falar hoje sobre Presidenciais.
É cedo, só os candidatos "furões" é que anunciam candidaturas a milhas de distância, para tentar afogar os mais directos perseguidores. Às vezes este estratagema até funciona bem, veja-se o caso Sampaio...
Mas tem-se sempre uma pequena esperança. Nunca mais chega a noite de festejo da vitória do Professor...

Peliteiro,   às  23:12
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Blasfémias 

Li agora a nova estrela da blogosfera, o Blasfémias, blogue cá do Porto resultante da fusão do Cataláxia, Mata-Mouros e Cidadão Livre.
Não me parece terem opiniões coincidentes com a minha, na maior parte dos casos. Mas parece-me um sítio interessante para uns minutos de leitura.

O futuro da blogosfera passa por aqui, agrupamentos de pessoas com uma "linha editorial" estabelecida e destinadas a ter um grande número de leitores.
Passa também, por outro lado, pelos blogues solitários, destinados a um pequeno grupo de íntimos.
Há lugar para todos e leitores para todos.

Peliteiro,   às  23:09
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domingo, 7 de março de 2004

Velhos são os trapos 

Acordo sempre com as notícias da TSF. Tenho um despertar lento e difícil. Preciso de 3 despertadores programados em intervalos de tempo estratégicos. Mesmo assim às vezes não basta!
Não sei se foi ontem ou hoje ou anteontem ouvi uma notícia em que se dizia que mais uma vez, um homem de idade avançada teria entrado em sentido contrário numa auto-estrada e depois uma ambulância e depois a polícia... Não me lembro bem da notícia, apenas um fumo confuso.
Ás vezes estas notícias emergem horas depois, já o dia vai alto, às vezes dias, vem-me à ideia, numa ruminação tardia.
Foi o que aconteceu com a notícia da contramão.

Esta notícia levanta uma questão incómoda mas pertinente, e que temos que ter coragem para discutir.

Se no caso das cartas de condução, onde ainda há a salvaguarda de um exame médico periódico que habilita os menos novos para conduzir, ainda ocorrem casos em que parece haver notória falta de capacidade para o acto da condução em via pública, o que acontecerá nos casos em que a decisão da retirada de funções depende apenas da auto-avaliação de cada um.
Este problema pode colocar-se, por exemplo, em profissões em que a vida alheia está dependente dos seus actos. É o caso de profissões como a de Farmacêutico, Médico ou Advogado, com grande grau de autonomia e independência, que dependem de licenças para o exercício mas que são licensas vitalícias.
Terei eu o discernimento suficiente, daqui a meia dúzia de anos, para me julgar incapaz para o exercício da profissão? Com que direito poderei eu fazer perigar a vida de pessoas que dependem dos meus actos profissionais se não for capaz de uma auto-análise realista que me indique o caminho do "arrumar das chuteiras"? Não deveria haver um limite de idade, um exame para avaliar as capacidades físicas e mentais, outro para avaliar a evolução e o das competências profissionais?

Um tema desagradável mas importante!

Peliteiro,   às  23:22
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quinta-feira, 4 de março de 2004

Exames Nacionais 

Há muito tempo atrás, dei aulas no ensino recorrente, por essas aldeias fora, à noite.
Ensinava Matemática e Ciências a adultos que queriam fazer o "Ciclo". Uns precisavam da habilitação para a carta de tractor ou de camião, outros era para subirem de categoria no emprego ou por razões sociais, outros para terem um pretexto para sair de casa, alguns, poucos, era pelo desejo de aprenderem.
O meu maior esforço era despertar-lhes a curiosidade, ensilhar-lhes a ter dúvidas, a questionarem, a duvidarem, a interessarem-se pela razão de ser das mais elementares coisas que os rodeavam como as estações do ano, as marés, ou a reprodução dos coelhos. Era difícil. Eu trabalhava de dia no Hospital e não ia para as aulas propriamente fresco; por outro lado, muito embora tenha feito isso durante 6 ou 7 anos, não tinha preparação pedagógica nenhuma.
(Mesmo com estas duas condicionantes acho que fazia melhor papel que muitos dos profissionais meus colegas - não resisto a dizer mal da função pública - que estavam sempre exaustos e esgotados, sempre de atestado, sempre com enxaquecas, dor de dentes, artigo não sei quantos, rabo pregado à carteira, impacientes, uns inválidos...)
No fim do primeiro ano quando chegou a altura de decidir sobre as raposas, os resultados não eram muito animadores. Metade deles nem sabia multiplicar números inteiros quanto mais fracções! Mesmo com muita água benta, a maioria nem sequer nunca devia ter passado da "primária". Numa reunião preparatória do fim de ano - inteligentemente convocadada pelos coordenadores - disse isto mesmo, que em boa verdade, só 2 ou 3 é que tinham aproveitamento e que com muita boa vontade, 50% lá teriam a aprovação. Cairam-me logo em cima, que isto, que aquilo, que não podia ser, teria que justificar muito bem, caso a caso, que nas outras aldeias isso não acontecia, e as estatísticas, e que assim ainda fechavam os cursos. Eu lá fui percebendo, afinal o sistema não existe só no futebol. As estatísticas analisadas por um funcionário público burocrato-Lisboeta podiam fazer perigar alguns tachos e estragar a foto de um "esforço na educação", essas coisas...

Isto tudo para dizer o quê?
Que acho muito bem que se façam exames nacionais de aferição rigorosos e exigentes na 4ª classe, no 6º ano e por aí fora.
As estatísticas do aproveitamento no nosso ensino podem piorar; mas o que os alunos aproveitam vai, de facto, aumentar! E isso é que é importante

Peliteiro,   às  23:47
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quarta-feira, 3 de março de 2004

BE 

Mais um aniversário do BE.
Ás vezes dizem coisas interessantes.
Raramente, no entanto.
No resto do tempo dizem disparates irrealistas. E fazem muito folclore.
De um lado têm o mumificado PC, do outro o bolorento PS. É um posicionamento promissor, é fácil crescer.
De um lado o pacóvio do Carvalhas, do outro o pascácio do Ferro. É claro que elas preferem o ar blasé dos bloquistas!

Peliteiro,   às  23:44
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Conversas de treta 

Ora lá passou mais uma investida a favor da despenalização do Aborto. Os militantes da causa, em princípio, vão calar-se durante uns tempos. Ou se calhar não!

A discussão pública que antecedeu os debates de hoje na Assembleia República não foi propriamente uma discussão, foi mais um burburinho que não clarificou nada, nem informou ninguém. Ninguém ganhou nada. Muito menos as mulheres que podem vir a estar numa situação de terem que decidir sobre abortar ou não abortar. É óbvio que muitos poucos pensaram nelas, nos maridos ou nos embriões e fetos a quem a legislação pode condenar ou salvar.

Tudo se resume a interesses políticos, a palcos mediáticos, a militâncias acéfalas e, por outro lado, a um processo insidioso de adormecimento da opinião pública pensante, pelo método da saturação.

Estes dois factores conjugados têm o efeito de anestesiar o país numa espécie de censura, que funciona não pela repressão e força mas pela capacidade de originar indiferença. Qualquer tema por mais terrível, importante ou urgente que seja, deixa de o parecer quando é banalizado ao limite, quando é tratado com ligeireza, é alvo de propaganda disfarçada de opinião e se torna numa feira de vaidades e mentiras, deixa de merecer o interesse dos cidadãos.

Isto não se aplica só ao aborto, aplica-se a muitos mais temas. Somos cada vez mais diferentes ao que nos rodeia, temos cada vez menos convicções, quase nada importa, a não ser a temperatura do nosso aquecimento doméstico e a ementa do jantar de logo á noite.

Peliteiro,   às  22:47
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terça-feira, 2 de março de 2004

Sindicatos e sindicalistas 

Cílio Correia Presidente do Sindicato dos Médicos do Centro e Vice-Presidente da FNAM aceitou o convite para a Direcção Clínica do Hospital de São Teotónio SA. Sim, SA!
Ou seja, tudo que Cílio Correia disse sobre a política seguida pelo Ministro da Saúde é negado, evidentemente, ao aceitar tal cargo. Bem prega frei Tomás...

E isto levanta as seguintes questões:

Para que servem os Sindicatos hoje?
Estará o modelo de organização dos trabalhadores, adequado aos nossos tempos?
O que motivará um trabalhador a sindicalizar-se e o que espera dos sindicatos?
Quem é dirigente sindical, representarão eles os verdadeiros trabalhadores?
Terão os sindicatos uma atitude de colaboração, positiva, com as empresas?
Qual o futuro dos sindicatos? Que formas de "luta" serão adoptados no contexto da moderna economia?

Peliteiro,   às  23:00
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O Torres 

As imagens das cenas protagonizadas pelo cacique A. F. Torres num jogo de futebol não me parece merecerem tanta atenção como a que lhe está a ser dada.
Mereceu comentários do Presidente da República, do Primeiro Ministro, do Ministro da Administração Interna, ainda de todos os meios de comunicação, da blogosfera e, até, de mim próprio.

Mas afinal qual a admiração? Estamos a falar de um cacique, autarca e dirigente desportivo! Estamos a falar de futebol, em Portugal! Estamos a falar de um homem que amanhã vai responder em tribunal por várias acusações de peculato e abuso de poder, que possui várias mansões, quintas e campos agrícolas, que se vangloria de ter jeito para bater, e que está no poder e no "serviço público" há mais de 20 anos...

Qual a admiração? É futebol, é disto que o povo gosta!

Peliteiro,   às  20:25
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segunda-feira, 1 de março de 2004

Conto do Vigário 

Estacionei o Mercedes bem no centro do adro da Igreja. Já há algum tempo que não venho à Missa de Domingo. Mas volta e meia tem que ser; temos que ser vistos, senão somos esquecidos… O Presidente da junta é irmão do Presidente da Câmara e lá está, temos que fazer pela vida, reforçar velhos laços, trocar uns favores e umas influências.
Abri a porta devagarinho e lancei o primeiro pé para a lama do adro. Lentamente, com estilo, sapatos Italianos, luzidios.

Não devia ter vindo sózinho, as pessoas se calhar reparam, mas a Amélia está cada vez mais fechada em casa, lá com as telenovelas e o seu aquário. E o que pensará a Florbela, deve pensar muito em mim, com toda a certeza. Pensará? Claro que sim, não me quis como namorado, porque se julgava uma princesa e agora bem deve amargar. O meu Mercedes dá nas vistas e ela anda de Fiat Uno; o marido, também tinha a mania que era pipi, de boas famílias e grandes voos, e agora não passa de um bêbedo barrigudo à espera do próximo enfarte ou trombose. Estão bem um para o outro. Bem feito, há-de estar bem arrependida, dizia que eu não era para o nível dela, agora roi-te de inveja. Agora anda para aí a dizer mal de mim pelos cantos, sei eu, que eu sou vigarista, ganho dinheiro com golpes baixos e coisas que tal. Inveja, sei eu!

Lá vou eu pela Igreja dentro, as pessoas a olharem de soslaio e eu, com passo pausado como no dia do meu casamento – aprendi nos filmes. Estou a ficar vaidoso. Não, eles é que são uns miseráveis, para aqui perdidos no meio da serra, nunca arriscaram nada, nunca ganharam nada, a mesma vidinha dos pais e dos avôs. Eu não. Dei no duro, emigrei, sujeitei-me a tudo, engoli muitos sapos e, claro, tenho olho. Olho para o negócio, o dinheirinho vem ter comigo, cresce devagarinho, amontoa-se com o tempo. Se tivesse nascido uns furos acima podia ter muito mais, podia ser um grande industrial com Comenda e tudo, estou mesmo a imaginar como poderia multiplicar uma fortuna, por dois, por quatro, por oito. Os meus filhos é que podem fazer isso. Se saírem a mim, de certeza que vão ser gente importante, escusam de vir a Missas para conseguir posição para umas adjudicações de umas estradecas. O mundo pode ser deles, meu já não, falta-me a energia, o fulgor dos velhos tempos. Não que seja velho ou doente, mas não vale a pena tanta canseira, os tempos estão maus e agora jogo mais à defesa, não posso arriscar muito, tenho que conservar o que tenho, e se num golpe de azar perdia tudo? Isso é que me preocupa, começar tudo de novo, já não o conseguiria.

O Vigário da Paróquia é bom homem, nunca lhe dei nada. Também não precisará, é de família de lavradores ricos, deve ter recebido um bom quinhão nas partilhas, não precisa. Leva uma vida de pobre o desgraçado. Lá está ele a pregar para quase ninguém. Quem, aqui, lhe dará atenção, anos e anos a ouvir as mesmas preces, as mesmas rezas e orações, as pessoas cansam-se. Como pode um homem normal ser Padre nos dias de hoje? Será um homem normal o Vigário? Deve andar nos psiquiatras, é uma coisa que não percebo, a vida dos Padres. Este, tem um irmão juiz, lá por Lisboa ou Cacém, ou Almada – que aquilo para mim é tudo igual, cheio de pretos e drogados – com uma vida boa e animada, já vai na terceira mulher e já vendeu as terras todas que herdou aqui na parvónia. O nosso Vigário é um desgraçado, aqui enterrado com as velhas e os Terços, Missas de madrugada, Funerais à chuva, uma casa de pedra e lareira com mais de cem anos, uma sopeira velha e rabujenta. O que pode levar um homem a escolher esta vida, tendo alternativas? E sexo? Agora o problema não se põe, com a idade dele – digo eu – mas não há dúvida que é preciso ter “estômago”, principalmente agora, no tempo em que as mulheres são todas bonitas, saias curtas, umbigos à mostra, decotes e essas coisas. As mulheres agora são todas uma tentação, no meu tempo não era nada assim, será da minha idade? Por certo que não, as mulheres dantes não se cuidavam tanto, quem me dera ser novo agora… Mas como se pode ser Padre nos dias de hoje, e o dinheiro estará guardado num banco, terão dinheiro ou dão tudo para o Vaticano? Não estou a dar atenção nenhuma à homília, mas esta já ouvi muitas vezes. Pelo menos estou com um ar circunspecto aqui com as minhas congeminações, pareço um homem de respeito, mal sabem no que estou a pensar…

Curioso a D. Engrácia com aquela cestinha de esmolas. Há anos e anos que ela faz isto. Será que rouba parte das esmolas, não acredito. Mas não sei. Está quase cega e mal consegue andar, gordíssima, arrasta-se como uma foca, meio de lado, com aqueles chinelos de quarto raspados por baixo. Deixa cá ver a cestinha. Miseráveis, avarentos, só moedas pretas, quase todas de um e dois cêntimos, uma nota de vinte, aposto que é do presidente da junta. Por tudo e por nada se gastam cinquenta cêntimos ou um “ouro”, os arrumadores na Vila nem aceitam as pretas. Um “ouro” não dá para nada, dá para umas chicletes, uns pães, um furo na tasca, um café com gorjeta. Se fosse uma colecta para uma IPSS destas modernaças - deve ser cá cada bando de comedores nestas IPSS’s, todos a sacar para umas boas viagens e mordomias – ninguém se atreveria a dar moedas pretas, ou para os Bombeiros, ou para o futebol… Como é para a Igreja do Vigário todos abusam. Não se pode ser humilde demais Sr. Vigário! Ele mandará estes dinheiros para Roma, e esses também têm fama de afanar muito, de terem tesouros de valor incalculável arrecadados em séculos e séculos. Mas mesmo que seja para Roma, ou parte para Roma, para aqueles Cardeais com ar de investidores na Bolsa, temos que reconhecer que a Igreja tem um papel social importante. Ajuda muita gente por esse mundo for a. Mesmo aqui, em Portugal. Pode ou não gostar-se dos Padres e das Freiras, mas ninguém pode negar que eles fazem coisas que mais ninguém faz, o que seria do mundo sem Igreja. Fazem muito mais que o Estado, e nem se pode comparar com essas tais IP’s. Também há Padres maus, concerteza, são homens, mas no todo a Igreja é muito importante para os pobres e humilhados, para as criancinhas – sou muito sensível às crianças que padecem, que têm fome, que são orfãos.

Bom é a minha vez de meter umas moeditas na cesta da velha Engrácia, ela nem me conhece, nem me vê. Um dia destes venho cá, sózinho, e passo um cheque generoso ao Vigário. Ele não o vai meter na sua conta bancária, quase de cereteza que é bem empregue, e eu fico bem de consciência, comigo mesmo. E se vai parar a Roma? Não. Mesmo que vá, faz parte de uma percentagem de desvios que é natural que aconteça; algum mais ficará por cá, para ser bem aplicado, nem tudo se perderá! Quanto deixo na cesta? Vou deixar uma nota de vinte. Não, se o Presidente vê ainda diz ao irmão que estou rico, invejas. Vou deixar um “ouro” – é pouco. É muito, porque hei-de dar mais que os outros, se tenho algum é à custa do meu esforço e trabalho. Detesto estar indeciso, estava aqui tão sossegado até esta velha bruxa aparecer aqui, a arrastar-se como uma foca, ao meu lado. Fico nervoso quando estou como um tolo em cima da ponte. Vai. Agora. Já tenho o dia estragado, porcaria, parvalhão que eu sou, não devia ter vindo, que necessidade tinha eu de roubar a nota de vinte “ouros” ao Vigário?

Peliteiro,   às  00:03
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